sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

As pobres práticas de leitura no Brasil

Apesar de se basear em pesquisa feita em 2005, reproduzimos aqui texto de nosso interesse, meu e seu, rara leitora, divulgado no sítio virtual Blue Bus http://www.blubus.com.br/ - vale visitar.

Torcemos que seja efetivamente realizado o Programa Mais Cultura, do governo federal (ver abaixo), juntamente com uma grande mobilização da sociedade brasileira em favor da redução da ignominiosa desigualdade social no país, que favoreceriam sem dúvida uma reversão do quadro de referência ao artigo de Luís Alberto Marinho:

Só 26% dos brasileiros entre 15 e 64 entendem um texto longo

Eu adoro livros, livrarias e bibliotecas. No colégio, era um dos poucos frequentadores assíduos daquela sala ampla, cheia de livros e perfumada pelos odores do papel e das capas, onde eu encontrava refúgio em histórias fantásticas. Talvez por isso eu desconfie tanto das pessoas que não lêem livros, jornais, revistas ou o Blue Bus;

Porém, infelizmente, em nosso país os livros são caros, há poucas livrarias e muitos municípios nem bibliotecas têm. Para piorar ainda mais a situaçao, só 26% dos brasileiros entre 15 e 64 anos encontram-se no nível pleno de alfabetização, ou seja, tem hoje condição de ler e compreender integralmente um texto longo. Esse dado é de uma pesquisa feita em 2005 pelo Instituto Paulo Montenegro, mantido pelo Ibope, que revela ainda que 7% da nossa população é analfabeta, 30% dos brasileiros estão no nível de alfabetização rudimentar, conseguindo apenas ler títulos ou frases e localizar uma informaçao bem explícita e 38% alcançaram o nível básico, traduzido pela capacidade de ler textos curtos que exijam pequena inferência.

Uma das descobertas mais interessantes desse trabalho diz respeito à relação estabelecida entre a leitura de livros e a queda no índice de analfabetismo funcional - a capacidade de compreensão do conteúdo lido. Levantamento feito em São Paulo com 800 presidiários mostrou que a qualidade da leitura entre eles é melhor do que a média nacional, consequência do maior consumo de livros, revistas e jornais. Uma das possíveis conclusões dessa pesquisa é que o aumento da leitura de livros no país conduziria a uma elevação no percentual de pessoas com plena compreensão dos textos. Entretanto, dados de 2001 da Câmara Brasileira do Livro davam conta de que o brasileiro lê apenas 1,8 livros por ano, enquanto o francês devora em média 7 volumes no mesmo período.

Como todos sabem, há carência no país de trabalhadores qualificados. Ao mesmo tempo, estudos comprovam que o salário médio dos trabalhadores mais capacitados é significativamente maior do que a média. A conclusão é óbvia - um país com mais leitores seria um país mais desenvolvido, mais rico, composto por famílias com maior renda e, por conseguinte, com maior potencial de consumo. Por isso, eu sugiro - no próximo fim de semana faça uma limpa na sua casa, pegue todos os livros que você guarda e não vai reler nunca mais e entregue a uma biblioteca pública ou a uma entidade que coordene programas de popularizaçao da leitura. O país vai ficar melhor - e a sua consciência também.

Fonte: http://www.blubus.com.br/show.php?p=1&id=80925&st=busca
Visite também o excelente Verdes Trigos, que primeiro chamou minha atenção para esse texto:
http://www.verdestrigos.org/agora/2007_12_09_archive.asp#2354708288937673135

Um comentário:

Rosangela Filismino disse...

gostei muito dessas informaçoes dispostas nesse espaço, como tenho interesse em estudar as particas de leitura aqui no meu estado, o Maranhao, estou buscando o maximo de literatura a respeito e fiquei muito contente ao encontrar informaçoes tao interessantes. Aqui a realidade é triste e muito pouco ou quase nada é feito para incentivar a pratica de leitura e a produção literaria seja ela cientifica ou não.